Quando me foi diagnosticada a
depressão, eu achava que me sentia bem. Eu sempre fora uma pessoa preocupada e alguma ansiedade que eu sentia, culpabilizava a crise e as medidas de austeridade. Desde sempre fui um pouco angustiado
com as pessoas que me rodeavam e aquele diagnóstico coincidiu com esse momento crítico em que Portugal estava mergulhado. Quanto mais lia, mais me
revoltava contra o estado das coisas e sentia uma preocupação enorme quanto ao presente e muito mais quanto ao futuro. Talvez por isso não tenha sido uma grande surpresa a revelação de que eu estava a passar por um estado depressivo.
Na segunda avaliação, que ocorreu
em finais do ano passado, a médica voltou a insistir na existência da
depressão., embora menos acentuada. Hoje, volvidos alguns meses, tenho momentos
em que sinto que essa depressão é real. No café que eu frequento diariamente,
as empregadas dizem que pareço mais abatido, mais calado, menos comunicativo. É
uma verdade que também me sinto menos expansivo na maior parte do tempo. E
depois, para dificultar essa comunicação, comecei a ter problemas de audição,
aparentemente sem solução. Das pessoas que me rodeiam, só a mulher, a filha e o
marido, sabem dos problemas de memória com que me debato. E da depressão
também, mas muitas das vezes, tenho a impressão que eles se “esquecem” desse
meu estado, talvez devido à minha maneira de ser alegre como também aos meus
esforços para esconder o estado depressivo.
Tão cedo não tenho marcada qualquer consulta de Psicologia, já que as avaliações estão feitas. E é pena, porque gosto de conversar com a doutora Teresa. A minha próxima consulta de Neurologia só vai acontecer em Novembro deste ano e agora com as perturbações do sono, fico mais apreensivo quanto à evolução da depressão, que eu pensava durar menos tempo a curar.
Tão cedo não tenho marcada qualquer consulta de Psicologia, já que as avaliações estão feitas. E é pena, porque gosto de conversar com a doutora Teresa. A minha próxima consulta de Neurologia só vai acontecer em Novembro deste ano e agora com as perturbações do sono, fico mais apreensivo quanto à evolução da depressão, que eu pensava durar menos tempo a curar.
Como atrás referi, tenho tido distúrbios no sono, ocorrendo um sono excessivo durante o dia mesmo que tenha dormido bem toda a noite. Segundo li algures, é natural que haja alterações do sono, como consequência da
depressão. A minha neurologista aconselhou-me a dormir uma sesta depois de
almoço, para combater essa sonolência, mas por outro lado, é a hora em que eu tenho mais necessidade
de sair, de tomar café, de conversar, de ler, de conviver, de me distrair. Se eu ficar em casa a dormir, parte dos meus prazeres ficam reduzidos quase a nada. E no inverno os dias são curtos e as noites são frias.
O que acontece é que, por exemplo, no café, enquanto desfruto da leitura, apetece-me, quase sempre, passar pelas brasas....
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