quarta-feira, 26 de março de 2014

Carnaval




Uma vacina contra a doença de Alzheimer, desenvolvida por uma empresa biotecnológica com sede em Saragoça (Espanha), começou a ser testada em seres humanos em Janeiro último, ensaios clínicos que envolvem 24 pacientes. O foco desta etapa, que irá durar cerca de um ano e meio, será analisar a toxidade da vacina e não a sua eficácia, explicou o Director científico, que se escusou a estabelecer uma data concreta para a conclusão da vacina,” (in Diário de Notícias de 26 d e Fevereiro de 2014).

Esta é mais uma notícia, igual a tantas outras, que têm dado esperança aos portadores da doença de Alzheimer, que lhes cria a esperança de um dia poderem vir a ser curados, mas trata-se apenas de estudos, como tem acontecido já por várias vezes. Mas é uma esperança. E a esperança é ainda muito maior, quando nós sabemos que podem ser os nossos filhos a beneficiar destes estudos, que o legado que nós lhe deixamos, por via da hereditariedade, possa vir a ser tratado, ou até mesmo evitado.

Também foi publicado na imprensa nacional a notícia que, através de um vulgar análise sanguínea, poderá detectar-se a existência da Doença de Alzheimer. Os estudos são também preliminares, mas mesmo que essa detecção seja possível a curto prazo, os cientistas acham que não será justo colocar esse exame no mercado, sem que primeiro se descubra a cura da doença.

Tenho andado um pouco taciturno, algo desmotivado, meio deprimido. As razões não são claras, é daquelas coisas que a gente não sabe explicar. Cá em casa repararam, como não podia deixar de ser. E o que aconteceu?

A família e uns amigos resolveram convidar-me para uma festa de Carnaval, para me fazer reagir, embora eu não goste nada de carnavais. Toda a vida senti alguma aversão pelas folias carnavalescas. Confesso que não me divirto muito com aquela folia e muito menos aprecio disfarçar-me ou colocar uma máscara que preserve o meu anonimato, embora me tenha mascarado uma única vez. De palhaço pobre, já lá vão mais de trinta anos.

Juntámo-nos todos, na quinta de uns amigos e na companhia de alguns familiares e amigos. Acabei por aceitar, que eu não gosto de ser desmancha-prazeres nem devo “castigar” a família por causa de um momento menos bom. Jantei bem, bebi melhor, conversei bastante, mas continuo a dizer que o Carnaval é uma festa de loucos e não de gente deprimida. Mas gostei da diversão, vista do lado de fora. E tinha uma vaca, uma libélula, um palhaço, uma corsária de pernas ao léu, e até lhe disse “você merecia ganhar”, mas não ganhou, o vencedor foi o par composto pelo Quim Roscas e o Manel, estiveram impagáveis a noite toda, o Quim Roscas era a cara chapada do original, o homem estava tal e qual, uma verdadeira surpresa.


 Cheguei a casa por volta das quatro da manhã, mas só adormeci já passava das seis. Havia demasiado merengue dentro da minha cabeça. Mas foi uma boa escolha.
 
Félix Lamartine